
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou sua visita à França, nesta quinta-feira (5/6), para novamente criticar a situação em Gaza, classificada por ele como “genocídio" do exército de Israel contra as "mulheres e crianças palestinas".
“O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. O que está acontecendo a Gaza é um genocídio de um exército altamente preparado contra mulheres e crianças. É isso que está acontecendo”, afirmou, durante coletiva de imprensa realizada em Paris, ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron.
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Após reiterar sua posição sobre a maneira como vem ocorrendo a guerra entre Israel e o Hamas, o petista reforçou sua defesa na criação de um estado Palestino. "Reconhecer o Estado Palestino é um dever moral e uma exigência política de todos os governantes do mundo", reforçou. Ele ainda destacou que o Brasil foi um dos primeiros países da América Latina a apoiar a causa.
O chefe do Executivo também criticou a Organização das Nações Unidas (ONU), argumentando que sua estrutura atual padece de um "grave deficit de legitimidade". Para o presidente, a mesma ONU que teve a autoridade para criar o Estado de Israel em 1948 "tem que ter autoridade" para a criação de um Estado da Palestina.
Lula na França
Na França desde ontem (4), Lula se reúne com o presidente Emmanuel Macron para tratar, entre outros pontos, do comércio bilateral entre a União Europeia e o Mercosul. O líder brasileiro, que assumirá a presidência do bloco dos países da América do Sul a partir do início de julho, almeja ainda neste ano emplacar um acordo de livre comércio entre UE e Mercosul.
"Não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia", disse o petista. Segundo o governo federal, o acordo cria uma das maiores áreas de livre comércio bilaterais do mundo. Juntos, Mercosul e União Europeia reúnem cerca de 718 milhões de pessoas e economias que, somadas, alcançam aproximadamente 22 trilhões de dólares.
Assista:
O acordo entre os dois blocos, no entanto, sofre resistência dos produtores agropecuários ses, que cobram protecionismo em relação à sua produção. Diante disso, Macron — em resposta à declaração de Lula —, pontuou que o acordo "é bom para muitos setores, mas comporta um risco para os agricultores europeus".
"Os países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulação. Não é uma discrepância de qualidade, mas de regulamentação", completou o francês. "Como eu vou explicar aos agricultores que, no momento em que exijo que respeitem as normas, eu abro o mercado para produtos que não respeitem as normas? Isso é injusto", ressaltou Macron.
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