
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que o presidente francês Emmanuel Macron "abra o coração" para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. "Não deixarei a presidência do Mercosul sem concluir o acordo com a União Europeia", disse Lula em declaração conjunta com Macron, nesta quinta-feira (5/6), no Palácio do Eliseu, sede do governo francês.
Segundo o governo federal, o acordo cria uma das maiores áreas de livre comércio bilaterais do mundo. Juntos, Mercosul e União Europeia reúnem cerca de 718 milhões de pessoas e economias que, somadas, alcançam aproximadamente 22 trilhões de dólares.
Em resposta a Lula, Macron afirmou que o acordo é "bom para muitos setores, mas traz um risco porque países do Mercosul não estão no mesmo nível de regulação". "Os limites não são os mesmos. Devemos melhorar esse acordo, com cláusulas de garantias, queremos mais comércio, mas precisamos melhorar, com salvaguardas", ressaltou.
Lula citou que o Brasil desenvolveu com a França importantes projetos bilaterais, como o Satélite Geoestacionário de Comunicações e o supercomputador Santos Dumont. "O Programa de Desenvolvimento de Submarinos é a maior iniciativa de cooperação em defesa já empreendido por nosso país. Seu legado é o de garantir a soberania brasileira sobre nosso vasto espaço marítimo, além de construir um dos estaleiros mais modernos no mundo em Itaguaí, no Rio de Janeiro", frisou.
O presidente brasileiro também citou que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30) marca os dez anos do Acordo de Paris e aproxima França e Brasil no combate ao aquecimento global. "Firmamos hoje dois atos que fortalecerão a cooperação em matéria de hidrogênio de baixo carbono e de descarbonização do setor marítimo", mencionou Lula.
Meio ambiente
Lula também lembrou que está quinta-feira (5/6) é o Dia Mundial do Meio Ambiente. "Esta data também é um triste marco para os que lutam pelo meio ambiente e os povos indígenas. Há três anos, Bruno Pereira e Dom Phillips, dois gigantes na defesa da Amazônia, foram covardemente assassinados. O Brasil e a Unesco decidiram homenageá-los batizando com seus nomes as bolsas de jornalismo investigativo sobre integridade da informação e mudança do clima", destacou.
"Há duas semanas perdemos o genial Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo. Sua câmera retratou o sofrimento dos oprimidos e serviu como a consciência de toda a humanidade.A melhor maneira de honrá-los é garantir que suas lutas não foram em vão e assegurar que permaneceremos firmes na defesa da democracia, da paz e do desenvolvimento sustentável", acrescentou o presidente.
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