O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligou na tarde desta quarta-feira (14/5) para o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e pediu para que o russo participe da reunião de negociação de paz com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, amanhã (15) na Turquia.
O petista está em um voo para o Brasil após viagem de oito dias para a Rússia e para a China, na qual ele se encontrou pessoalmente com Putin e com o presidente chinês, Xi Jinping. Ele desembarca em Brasília durante a madrugada.
“O presidente brasileiro estimulou o presidente russo a comparecer à reunião de negociação entre Rússia e Ucrânia marcada para ocorrer em Istambul, nesta quinta-feira, 15 de maio, reconhecendo que a composição das delegações de negociadores é uma prerrogativa soberana dos chefes de Estado”, disse o Planalto em nota sobre a ligação.
Durante o telefonema, Lula também celebrou a disposição de Putin para abrir as negociações com a Ucrânia e destacou a proposta de paz em seis pontos apresentada pelo Brasil e pela China. Além disso, disse que o Brasil está à disposição para “colaborar no que for necessário”.
Há uma expectativa que Putin e Zelensky reúnam-se na quinta-feira em Istambul, capital da Turquia. Porém, o encontro é incerto. O russo defende que a negociação seja direta, sem condições prévias. Por sua vez, o ucraniano exige a declaração de um cessar-fogo de 30 dias antes que as conversas comecem.
Em coletiva de imprensa pouco antes de deixar a China, Lula prometeu que falaria com Putin sobre a reunião. “Eu, quando parar em Moscou, vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar ‘companheiro Putin, vá até Istambul negociar, porra. Não custa nada’”, declarou o presidente.
Ucrânia procurou o Brasil
Ontem (13), o chanceler ucraniano, Andrii Sybiha, pediu auxílio ao Brasil ao conversar com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
“Eu insisti que o Brasil apoie um cessar-fogo incondicional de 30 dias como base para conversas de paz que tragam resultados. Reafirmei a disposição do presidente Zelensky para encontrar Putin na Turquia, e pedi para que o Brasil use sua voz de autoridade no diálogo com a Rússia para fazer com que esse encontro de altíssimo nível ocorra”, escreveu o chanceler em suas redes sociais.
Apesar de defender que a negociação ocorra o quanto antes, o Brasil não apoiou publicamente o pedido por um cessar-fogo.