
Apontado como líder do acampamento bolsonarista na Avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte, e foragido pelos atos golpistas de 8 de janeiro, o empresário Esdras Jônatas dos Santos reapareceu nas redes sociais, direto dos Estados Unidos, chorando e pedindo socorro a Eduardo Bolsonaro. Ele vive escondido em Fort Lauderdale, na Flórida, ao lado da ex-mulher, Kathy Le Thi Thanh My dos Santos, que também é procurada pela Justiça brasileira.
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Esdras é acusado de financiar e organizar as manifestações que culminaram na tentativa de golpe contra o Estado Democrático de Direito. Segundo as investigações, foi um dos articuladores da montagem do acampamento em frente ao 4º Comando do Exército, também na capital mineira, com o objetivo de pressionar as Forças Armadas a aderirem ao movimento golpista em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Presença constante nos atos bolsonaristas, ele ficou conhecido por circular pelos acampamentos, convocar apoiadores e gravar vídeos com ataques a autoridades. Na desmontagem do acampamento na Raja, chorou compulsivamente e foi acusado de agredir e roubar jornalistas que faziam a cobertura da operação.
Antes de se tornar foragido, levava uma vida marcada pela ostentação, com viagens para destinos como Miami, Paris, Tulum, Trancoso e Rio de Janeiro. Chegou a exibir nas redes um Porsche de R$ 400 mil, que tentou vender depois de deixar o Brasil para garantir sua sobrevivência nos EUA.
Mesmo proibido de usar redes sociais por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), Esdras voltou a publicar vídeos. Se diz vítima de perseguição política, responsabiliza o ministro Alexandre de Moraes pela sua situação e pede ajuda de aliados.
Na gravação mais recente, surge aos prantos, implorando apoio a Eduardo Bolsonaro e pedindo que qualquer pessoa que soubesse o paradeiro do deputado nos Estados Unidos o ajudasse a encontrá-lo.
Esdras e a ex-esposa estão com os aportes cancelados, contas bancárias bloqueadas e são alvos de mandados de prisão expedidos pelo STF. Ambos respondem por tentativa de golpe de Estado, incitação ao crime e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O empresário alega viver em situação de extrema vulnerabilidade nos Estados Unidos. Conta que chegou a comer lixo para sobreviver. Dono de uma fábrica de roupas que decretou falência em 2021, também é investigado por movimentações financeiras suspeitas ligadas ao financiamento dos atos golpistas.