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Milhares de voluntários se mobilizam em todo o país, muitos ficaram igualmente indignados com os ataques aos integrantes da casa real e a politização da tragédia. Entretanto, o uso político tem levantado a ira de outra parte da população. Há questões que ainda pairam sobre a terra de Cervantes. Uma névoa sombria que o primeiro-ministro ainda não soube responder. Ele pareceu cambaleante em meio aos destroços, afogado em tantas perguntas, diante de um desafio que nada se assemelha a moinhos de vento. São monstros reais dos novos tempos.</p> <p class="texto">Até a noite desta segunda-feira, 4 de novembro, o governo de Pedro Sánchez enviou mais de 7.800 homens treinados de diferentes tropas do país para as regiões atingidas. Não é uma logística simples, e existem muitas dificuldades para transitar nas áreas afetadas. 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Como um tsunami 25106e a crise climática atinge um governo
Crise Climática

Como um tsunami, a crise climática atinge um governo 1g13f

Pedro Sánchez precisa agir e convencer. Ou a próxima onda que pode atingir a Espanha não será climática, será política 3x4n5t

Simone Varella

A onda de destruição das enchentes que chegaram à costa mediterrânea da Espanha, em especial à comunidade autônoma de Valência, tem o estrago de um tsunami fruto de um terremoto em grande escala. Uma daquelas imagens que marcarão uma geração.

A nação ibérica chora seus mortos. As ruas, sempre cheias pela alegria, ganharam um contraste gris de tristeza. A angústia, a descrença no futuro e uma revolta enorme tomaram conta do povo espanhol diante do "novo normal".

Neste momento, surge outro problema que vai além do ambiental: o uso político que isso tomou. Um abalo sísmico ao primeiro-ministro. Foi, sim, uma catástrofe, mas um desastre anunciado. A Espanha é conhecedora de suas fragilidades climáticas. Não há como negar. 

Foi algo sem precedentes, mas já "no radar" e que, infelizmente, a Península Ibérica estará sujeita e precisa se preparar. Para parte da população, faltou atitude do governo, o que se pode constatar na forma violenta com a qual tanto o chefe do governo, Pedro Sánchez, quanto o do governo valenciano foram recebidos no último fim de semana em Paiporta (epicentro da tragédia). Até mesmo os reis sofreram insultos e ataques com lama. O barro seco nos rostos reais não escondeu a tristeza de Felipe VI e sua rainha, que se esforçavam para consolar seu povo. 

Em meio à população, durante a visita dos reis, há indícios de que integrantes de organizações neonazistas estavam infiltrados com o objetivo de causar violência. A polícia está em processo de identificação dos indivíduos por meio das imagens da agressão aos monarcas e dirigentes políticos. A conclusão do caso promete ser rápida.

Santiago Abascal, deputado federal pelo Vox (partido ultradireitista), não tardou a comentar o fato em sua conta no X (antigo Twitter). O deputado do Vox declarou: "Chegou sorrindo, apesar da tragédia. Abandonou a visita a Paiporta. Mas o que precisa abandonar é o governo. Só espero ver esse governo corrupto e criminoso diante da Justiça. Com o povo. Contra o lamaçal de Sánchez."

A oposição pouco fez, além de críticas. A líder do Podemos, Ione Belarra (outro partido contrário ao governo), também utilizou suas redes sociais para atacar o primeiro-ministro: "É normal que as pessoas fiquem irritadas. Pode se organizar visitas oficiais, incluindo a do rei, ao mesmo tempo em que a ajuda e os recursos para resgatar os corpos com humanidade e limpar a água e a lama alagadas, onde as infecções vão proliferar, não chegam. Dá nojo."

Essa oposição extremista que cobra Sánchez é a mesma que defende uma pauta causadora dos efeitos climáticos. Se vale da dor e do ódio da ferida aberta. Um instrumento poderoso e perigoso quando estamos diante de situações limites. É difícil estabelecer resignação ou resiliência durante o caos.

Felizmente, nesse episódio também existe espaço para um sentimento de consternação e empatia, amor ao próximo. Uma irmandade toma conta da Espanha. Milhares de voluntários se mobilizam em todo o país, muitos ficaram igualmente indignados com os ataques aos integrantes da casa real e a politização da tragédia. Entretanto, o uso político tem levantado a ira de outra parte da população. Há questões que ainda pairam sobre a terra de Cervantes. Uma névoa sombria que o primeiro-ministro ainda não soube responder. Ele pareceu cambaleante em meio aos destroços, afogado em tantas perguntas, diante de um desafio que nada se assemelha a moinhos de vento. São monstros reais dos novos tempos.

Até a noite desta segunda-feira, 4 de novembro, o governo de Pedro Sánchez enviou mais de 7.800 homens treinados de diferentes tropas do país para as regiões atingidas. Não é uma logística simples, e existem muitas dificuldades para transitar nas áreas afetadas. Além de limpar a lama, reconstruir as cidades, abraçar e confortar os flagelados e chorar a dor da perda humana, é preciso reagir com atitudes concretas de prevenção e planos de emergência efetivos. Como proteger o país do "novo normal"? Como estabelecer segurança à população? Por que as sirenes tocaram quando já havia centenas de mortos? Essas são perguntas que precisam de soluções concretas.

Se o governo não apresentar resultados imediatos de resguardo à população, o povo espanhol seguirá à mercê do tempo e daqueles que se valem do medo, do ódio e do desespero. Não há espaço para inércia. Pedro Sánchez precisa agir e convencer. Ou a próxima onda que pode atingir a Espanha não será climática; será política e varrerá seu governo, trazendo outra espécie de destruição.

*Comunicadora social, residente em Astúrias (Espanha)

 

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