{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/10/6963524-visao-do-correio-nao-basta-punir-mais-o-feminicida.html", "name": "Visão do Correio: Não basta punir mais o feminicida", "headline": "Visão do Correio: Não basta punir mais o feminicida", "description": "", "alternateName": "Opinião ", "alternativeHeadline": "Opinião ", "datePublished": "2024-10-13T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Na última quinta-feira, o Brasil endureceu as penas para quem comete feminicídio. Por meio de sanção presidencial, ou a vigorar o Projeto de Lei nº 4.266 de 2023, que estabelece até 40 anos de prisão a quem retira a vida de uma mulher em razão de sua essência. </p> <p class="texto">É um debate clássico no direito penal sobre a efetividade punitivista para coibir a ocorrência de crimes. Inclui-se na discussão, por exemplo, a aplicação da pena capital, como ocorre em dezenas de localidades dos Estados Unidos e em outros países. Há muita controvérsia acerca da medida extrema de executar um criminoso como forma de alertar a sociedade sobre condutas ilícitas, bem como contesta-se a ideia de que o Estado, em última instância, tem o poder sobre a vida do indivíduo. </p> <p class="texto">É conhecido também o argumento de que penas mais severas não necessariamente diminuem a ocorrência de crimes violentos. Tome-se novamente como exemplo os Estados Unidos, onde muitos juristas sustentam que a pena capital não reduziu os índices de violência. O caso do Brasil também indica contradição semelhante. Apesar de a legislação prever até 40 anos de pena máxima, o país permanece entre os mais violentos do mundo. Ou seja, a pena em si não garante a paz social, muito menos doméstica.   </p> <p class="texto">É precisamente esse ponto que juristas da corrente garantista sustentam. No caso do feminicídio, há quem considere a medida insuficiente para demover um agressor de interromper os ataques à vítima. "A aprovação desse projeto se dá pelo avanço do discurso punitivista no Brasil. Aumentamos as penas e vamos dormir tranquilos. O crime vai diminuir? É claro que não. Esse é um debate simplista, que não resolve o problema de ninguém, menos ainda das mulheres que morrem todos os dias, vítimas da violência doméstica", sustentou a ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira, em entrevista ao Correio. </p> <p class="texto">A magistrada se junta ao entendimento de que não basta aumentar as penas. É preciso interromper o ciclo de violência logo nos primeiros sinais; adotar medidas dissuasórias, como o afastamento imediato do agressor da convivência com a vítima; dar mais celeridade na aplicação de penas antes que se chegue a um feminicídio; implementar políticas de estímulo à denúncia; fomentar a educação de gênero no âmbito escolar e profissional. Como se vê, não basta apenas uma punição mais severa para impedir um homem de matar uma mulher. </p> <p class="texto">Penas mais duras para crimes violentos ressaltam o poder coercitivo do Estado, característico de sociedades que ainda não encontraram um grau de civilidade entre seus membros. O castigo por si só pode trazer algum conforto moral e ético, mas é incapaz de impedir que a violência seja combatida por meio de mais violência, praticada pelo poder público. Para conter o flagelo do feminicídio, o Estado e a sociedade brasileira precisam fazer mais.</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/11/16/1200x801/1_violenciadomestica-32291109.jpg?20240619104657?20240619104657", "https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2023/11/16/1000x1000/1_violenciadomestica-32291109.jpg?20240619104657?20240619104657", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/11/16/800x600/1_violenciadomestica-32291109.jpg?20240619104657?20240619104657" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Opinião", "url": "/autor?termo=opiniao" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } n1r2x

Visão do Correio w68e Não basta punir mais o feminicida
Opinião

Visão do Correio: Não basta punir mais o feminicida 5e473p

Penas mais duras para crimes violentos ressaltam o poder coercitivo do Estado, característico de sociedades que ainda não encontraram um grau de civilidade entre seus membros 4i4r1k

Na última quinta-feira, o Brasil endureceu as penas para quem comete feminicídio. Por meio de sanção presidencial, ou a vigorar o Projeto de Lei nº 4.266 de 2023, que estabelece até 40 anos de prisão a quem retira a vida de uma mulher em razão de sua essência. 

É um debate clássico no direito penal sobre a efetividade punitivista para coibir a ocorrência de crimes. Inclui-se na discussão, por exemplo, a aplicação da pena capital, como ocorre em dezenas de localidades dos Estados Unidos e em outros países. Há muita controvérsia acerca da medida extrema de executar um criminoso como forma de alertar a sociedade sobre condutas ilícitas, bem como contesta-se a ideia de que o Estado, em última instância, tem o poder sobre a vida do indivíduo. 

É conhecido também o argumento de que penas mais severas não necessariamente diminuem a ocorrência de crimes violentos. Tome-se novamente como exemplo os Estados Unidos, onde muitos juristas sustentam que a pena capital não reduziu os índices de violência. O caso do Brasil também indica contradição semelhante. Apesar de a legislação prever até 40 anos de pena máxima, o país permanece entre os mais violentos do mundo. Ou seja, a pena em si não garante a paz social, muito menos doméstica.   

É precisamente esse ponto que juristas da corrente garantista sustentam. No caso do feminicídio, há quem considere a medida insuficiente para demover um agressor de interromper os ataques à vítima. "A aprovação desse projeto se dá pelo avanço do discurso punitivista no Brasil. Aumentamos as penas e vamos dormir tranquilos. O crime vai diminuir? É claro que não. Esse é um debate simplista, que não resolve o problema de ninguém, menos ainda das mulheres que morrem todos os dias, vítimas da violência doméstica", sustentou a ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira, em entrevista ao Correio. 

A magistrada se junta ao entendimento de que não basta aumentar as penas. É preciso interromper o ciclo de violência logo nos primeiros sinais; adotar medidas dissuasórias, como o afastamento imediato do agressor da convivência com a vítima; dar mais celeridade na aplicação de penas antes que se chegue a um feminicídio; implementar políticas de estímulo à denúncia; fomentar a educação de gênero no âmbito escolar e profissional. Como se vê, não basta apenas uma punição mais severa para impedir um homem de matar uma mulher. 

Penas mais duras para crimes violentos ressaltam o poder coercitivo do Estado, característico de sociedades que ainda não encontraram um grau de civilidade entre seus membros. O castigo por si só pode trazer algum conforto moral e ético, mas é incapaz de impedir que a violência seja combatida por meio de mais violência, praticada pelo poder público. Para conter o flagelo do feminicídio, o Estado e a sociedade brasileira precisam fazer mais.

Mais Lidas 6i191b

Tags 6g2d2k