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Sobrevivente do Holocausto Margot Friedländer morre aos 103 anos

A alemã, uma das testemunhas mais proeminentes do regime nazista: "a Alemanha perde uma voz importante da história contemporânea", anuncia fundação que leva o nome dela

Margot receberia no mesmo dia em que faleceu uma das mais altas condecorações do país, das mãos do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. A cerimônia acabou adiada devido aos problemas de saúde dela -  (crédito: JOHN MACDOUGALL / AFP)
Margot receberia no mesmo dia em que faleceu uma das mais altas condecorações do país, das mãos do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. A cerimônia acabou adiada devido aos problemas de saúde dela - (crédito: JOHN MACDOUGALL / AFP)

A alemã Margot Friedländer, sobrevivente do Holocausto e uma das testemunhas mais proeminentes dos horrores do nazismo, morreu nesta sexta-feira (9/5), aos 103 anos, em Berlim, onde nasceu, anunciou a fundação que leva o seu nome.

"Com a sua morte, a Alemanha perde uma voz importante da história contemporânea", manifestou a fundação. "Desde o seu retorno à sua cidade natal, depois de mais de seis décadas no exílio em Nova York, essa cidadã honorária de Berlim esteve comprometida incansavelmente com a reconciliação e a memória". 

Margot receberia hoje do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, uma das mais altas condecorações do país, mas a cerimônia foi cancelada devido aos seus problemas de saúde. "Ofereceu reconciliação ao nosso país, apesar de tudo o que os alemães lhe fizeram quando ela era jovem. Não poderíamos estar mais agradecidos a ela por esse presente", disse o chefe de Estado.

De aspecto frágil e sempre vestida com elegância (apareceu na capa da revista Vogue em 2024), retornou para Berlim em 2003. Desde então, dedicava a vida a conversar com os jovens para contar a sua história e defender a empatia como antídoto contra o ódio. "Não foque no que te separa. Foque no que te une. Seja humano", disse, no ano ado.

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Nascida em 1921, em uma família de fabricantes de botões, Margot Bendheim se formou costureira. Durante o nazismo, perdeu seus pais e seu irmão mais novo, assassinados em campos de concentração. Em 1944, Margot foi enviada ao campo de Theresienstadt, no que hoje é a República Tcheca, onde conheceu seu marido, Adolf Friedländer. Os dois se casaram e foram viver nos Estados Unidos. Em 2010, Margot decidiu se estabelecer definitivamente em sua cidade natal.

Por AFP
postado em 09/05/2025 21:08
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