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Futuro da engenharia exige mudanças no ensino e maior atração de jovens, diz Confea

Levantamento inédito do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia revela as demandas atuais e futuras dos mais de 1,3 milhão de profissionais da área, além de sinalizar caminhos para o fortalecimento da engenharia nacional

Vinicius Marchese, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, foi o entrevistado do CB.Poder desta quinta-feira (29/5) -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Vinicius Marchese, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia, foi o entrevistado do CB.Poder desta quinta-feira (29/5) - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Vinicius Marchese, destacou nesta quinta-feira (29/5), no CB.Poder, parceria do Correio com a TV Brasília, os principais resultados de uma ampla pesquisa realizada pela entidade, que traçou um panorama inédito da profissão no Brasil. Com 48 mil entrevistas, o levantamento revelou as demandas atuais e futuras dos mais de 1,3 milhão de profissionais da área, além de sinalizar caminhos para o fortalecimento da engenharia nacional.

Marchese ressaltou no programa que, embora setores tradicionais como as engenharias civil e elétrica continuem com forte demanda, novas áreas como a ambiental e a agronômica ganham espaço, impulsionadas por setores estratégicos tais como o agronegócio. No entanto, ele alertou para um paradoxo: há um mercado aquecido e altas taxas de empregabilidade, cerca de 92%, mas o interesse dos jovens pelas engenharias tradicionais vem diminuindo, especialmente diante de cursos mais ligados à tecnologia, como engenharia de computação.

Assista ao programa na íntegra:

Entre os desafios apontados, Vinicius Marchese destacou a necessidade urgente de modernização dos cursos de engenharia, ainda muito focados em metodologias teóricas e distantes das novas gerações. Ele também comemorou a recente regulamentação que limita o ensino a distância (EAD) na área, exigindo ao menos 40% de carga presencial, mas defendeu um debate mais profundo sobre a qualidade da formação. “Não adianta democratizar o o se não conseguimos formar bons profissionais”, disse.

Mulheres na engenharia

Outro dado que chamou a atenção na pesquisa do Confea foi o aumento da presença feminina na engenharia, especialmente entre as gerações mais jovens. Segundo Marchese, essa mudança resulta de uma quebra de preconceitos históricos e de ações específicas, como o Programa Mulher do Confea, que incentiva a participação feminina na profissão. 

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*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

postado em 29/05/2025 17:47 / atualizado em 29/05/2025 17:48
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