Futebol

Os meios para o título: conheça as meiucas de PSG e Inter para a final

Na segunda reportagem da série sobre os protagonistas da decisão, montamos o quebra-cabeça do meio de campo de Paris Saint-Germain e Internazionale. Táticas distintas determinam o "povoamento" do setor criativo

João Neves (esquerda) foi o mais caro entre todos os meio-campistas da final da Liga dos Campeões da Europa entre PSG e Inter de Milão       -  (crédito:  AFP)
João Neves (esquerda) foi o mais caro entre todos os meio-campistas da final da Liga dos Campeões da Europa entre PSG e Inter de Milão - (crédito: AFP)

Para chegar ao fim, é preciso primeiro justificar os meios. Semelhante ao que disse Nicolau Maquiavel, um sonhado título da Liga dos Campeões da Europa para Paris Saint-Germain ou Inter de Milão a antes pela meiúca de cada time. Finalistas do confronto de sábado (31/6), às 16h, na Allianz Arena, em Munique, as equipes ostentam meio-campistas que possuem como semelhança apenas o talento ou o aporte europeu, mas dentro de campo se diferem quando o assunto é formação tática, idade e até mesmo o custo de contratação. Peças de ligação no quebra-cabeça da decisão, os homens da faixa central assumem o papel-chave para quem quiser o posto de campeão.

ado o tempo de estrelas como Neymar, Messi e Mbappe, o repaginado PSG conta com uma formação mais discreta e apelidada de "low profile" nas redes sociais. As cifras para montar o meio-campo, no entanto, não têm nada de discretas. O presidente Nasser Al-Khelaïfi precisou desembolsar mais de 120 milhões de euros, R$ 773 milhões na cotação atual, para formar a trinca de meio-campo responsável por fazer a ligação entre defesa e ataque no sistema 4-3-3 do técnico Luis Enrique.

O mais caro foi justamente o último contratado, o português João Neves, de 20 anos, chegado do Benfica em agosto por 60 milhões de euros. Ao lado do compatriota Vitinha e do espanhol Fabian Ruiz, a meiúca ibérica do time francês ostenta vitalidade. Com menos de 25 anos de média de idade, o trio é o pulmão da equipe que aposta em velocidade, preenchendo todas as fatias do campo com chegada no ataque e ordem defensiva.

Série esportes Champions DIA 2
Série esportes Champions DIA 2 (foto: Valdo Virgo)

Todos têm aparecido com contribuição para gols e somam 17 bolas na rede, além de 21 assistências. Vitinha é o principal artilheiro entre eles, com sete tentos, enquanto Ruiz foi garçom em 10 ocasiões, quatro na Champions, e Nevez em nove.

Se de um lado a final terá a juventude parisiense, o outro é tomado pela experiência do plantel milanês. Armada em uma linha de cinco no meio, com dois alas abertos pelas pontas, a esquadra central do 3-5-2 de Simone Inzaghi é movida por veteranos com idade média de 30 anos e todos remanescentes da final de 2023, contra o Manchester City.

A cabeça pensante para articular as jogadas é o armênio Henrikh Mkhitaryan, o mais velho, com 36. O "novinho" Nicolo Barella, italiano como o nome entrega, tem 28 e é o encarregado de dar mais dinamismo junto ao turco Hakan Çalhanoglu, vice-artilheiro da equipe no torneio com quatro bolas na rede.

Herói na classificação contra o Barcelona na semifinal, o holandês Denzel Dumfries puxou para si o protagonismo na Champions. Foram dois gols e três assistências na competição, todos nos confrontos contra os espanhóis, fazendo valer a imposição física para apoiar o ataque e ter recuperação defensiva pela direita.

No corredor esquerdo, o italiano Federico Dimarco repetiu a função e se consolidou como um dos melhores do futebol europeu na posição, mas teve problemas físicos e abriu brecha para o brasileiro Carlos Augusto, convocado por Ancelotti para a Seleção, ter espaço e se solidificar como opção no banco de reservas.

Diferentemente do PSG, que abriu o bolso para trazer promessas, a Inter de Milão mapeou o mercado e não precisou pagar caro para compor o meio-campo. O quinteto custou apenas 45 milhões de euros aos cofres, R$ 289 milhões na cotação atual, e o mais caro foi Barella, contratado do Cagliari por 25 milhões de euros em 2019. Çalhanoglu e Mkhitaryan, por exemplo, foram pinçados de graça dos rivais Milan e Roma, respectivamente, e Dimarco chegou pela bagatela de 5 milhões de euros.

O time ainda repetiu a fórmula ao trazer sem custos Piotr Zielinski, destaque do Napoli. O polonês chegou em agosto e era titular de Inzaghi, mas perdeu a posição após sofrer com problemas físicos.

Talento de casa

Independente de esquemas, idades ou custo para contratação, um outro fator chama a atenção no duelo entre PSG e Inter: a ausência de pratas da casa. Entre os titulares de cada lado, o único criado nas categorias de base dos clubes foi Dimarco. O ala, nascido em Milão, foi forjado no aurinegro, mas rodou em empréstimos por Ascoli, Empoli, Parma e Hellas Verona. Foi vendido ao Sion em 2017, mas foi comprado de volta apenas um ano depois e se estabilizou desde 2023.

Em Paris, o talento local é apenas alternativa no banco. Promessa sa e já convocado para a seleção do país, o meio-campista Warren Zaire-Emery, de 19 anos, é um dos principais nomes da nova geração e venceu o prêmio de jogador jovem da Ligue 1 em 2023/24. Luis Enrique utilizou o garoto em 12 jogos na Champions e ele contribuiu com um gol marcado, mas segue como alternativa muito aproveitada pelo treinador.

AR
postado em 30/05/2025 10:01 / atualizado em 30/05/2025 10:35
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