
Com o aumento da produção de bioinsumos no país, foi lançada na terça-feira (27/5) uma iniciativa que tem o objetivo de fortalecer o mercado nacional desse setor. O programa Bioinsumos do Brasil será desenvolvido pela associação de agricultura CropLife, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
O objetivo principal é fortalecer a presença das empresas brasileiras no mercado internacional, com estímulos para a exportação. Por meio de encontros com investidores estrangeiros, as duas organizações envolvidas no projeto têm a missão de destacar os diferenciais competitivos do país em relação a tecnologias sustentáveis no campo.
“Eu destaco que, no Brasil, nós desenvolvemos uma utilização de bioinsumos um pouco diferente do resto do mundo, porque nós estamos utilizando bioinsumos em culturas de larga escala. Então, nós conseguimos um processo de diversificação muito maior do que os demais países. Isso é muito bom e oferece mais oportunidades para o Brasil em relação à exportação de bioinsumos”, disse o presidente da CropLife Brasil, Eduardo Leão, durante o evento de apresentação do programa, na região do PAD-DF.
O que são os bioinsumos
Os bioinsumos são uma alternativa aos produtos químicos convencionais e podem ser utilizados em plantações para melhorar a produção e aumentar a proteção das espécies contra pragas e doenças, com a diferença de que tem origem vegetal, animal ou microbiana, o que auxilia na sustentabilidade da lavoura.
Na safra de 2024/2025, houve um crescimento de 13%, na comparação com o período anterior, da área tratada por bioinsumos em todo o território nacional, que já corresponde a 156 milhões de hectares, de acordo com dados levantados pela empresa de telecomunicações Blink, em parceria com a CropLife Brasil. Nos últimos três anos, a média anual de crescimento desse setor foi de 22%, o que representa o quádruplo da média global.
Os bioinseticidas foram os mais utilizados no país em 2024 e representaram 28% de todos os bioinsumos nesse período. Também houve um uso expressivo de bionematicidas, que responderam por 27% de todo o segmento. Completam a lista biofungicidas (21%), inoculantes (16%) e solubilizadores (7%).
Oportunidades de negócio
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, disse que um dos focos do trabalho que se inicia é identificar os segmentos onde há maior demanda, para planejar uma expansão no mercado internacional. “E quando a gente trabalha com bioeconomia, com bioinsumos, eu acho que está se abrindo um horizonte que o céu é o limite, porque aí você vem com a ciência e, estudando, você consegue ter uma produção maior com, praticamente, risco e dano muito reduzido”, destacou.
A iniciativa também conta com a parceria do governo federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, o aumento de produção e exportação de bioinsumos pode ajudar a acelerar o processo de instauração do acordo entre Mercosul e União Europeia, aprovado em dezembro de 2024, além de fortalecer o multilateralismo em meio a incertezas no comércio internacional.
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“Mercosul e União Europeia, juntos, poderiam trazer então um alento para esse multilateralismo, para um comércio mais livre e os bioinsumos atualmente entram nessa pauta, porque a União Europeia é uma das grandes promotoras, também, desse tipo de tecnologia”, salientou Rua.