
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) divulgou nesta sexta-feira (7/3) os resultados do comércio exterior para o mês de fevereiro. Nesse período, a balança comercial brasileira registrou deficit nominal de US$ 323 milhões, o que é explicado pelo avanço significativo das importações, que somaram US$ 23,3 bilhões no mês, com aumento de 27,6% no valor final. Já as exportações tiveram um crescimento de volume, apesar de registrar queda de 1,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos do Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, é o primeiro deficit da balança comercial desde janeiro de 2022. De acordo com o representante do ministério, o que motivou o resultado negativo foi a importação de uma plataforma de petróleo de origem chinesa, no valor de US$ 2,7 bilhões. Não fosse esse fator pontual, pontuou ele, haveria superavit de US$ 2,4 bilhões.
“O que observamos é que o saldo comercial tem reduzido, mas não é esperado que se reduza ao ponto de produzir deficits”, disse Brandão. Somente a plataforma foi responsável por 11,5% de todas as importações do país em fevereiro, tendo impacto de US$ 2,67 bilhões na balança comercial do mês. Óleos combustíveis de petróleo, motores e máquinas não elétricos e adubos e fertilizantes químicos também contribuíram para o resultado.
Entre as exportações, a indústria extrativa foi a principal responsável pelo resultado negativo do valor obtido em fevereiro, que foi de queda de 26,4%. Os principais produtos nesse setor tiveram quedas expressivas, de 21,6%, no caso dos óleos brutos de petróleo; e de 36,6%, entre o minério de ferro e seus concentrados.
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Para o diretor de Estatísticas do Mdic, ainda é cedo para fazer qualquer projeção sobre a balança comercial no ano, diante de incertezas em relação à guerra comercial e uma possível nova reconfiguração do comércio exterior nos próximos meses.
“Talvez, quando a gente divulgar a projeção com os dados realizados do terceiro semestre, que a gente vai divulgar em julho, caso essas mudanças tarifárias se consolidem e os fluxos comerciais se alterem, só lá a gente vai poder afirmar que teve algum efeito, ou não. Então, ainda é necessário esperar para fazer alguma projeção”, avaliou Brandão.