Consumo

Confiança do consumidor recua pelo 3º mês seguido e atinge menor nível desde 2022

O efeito negativo foi mais forte entre as famílias de menor renda, que sentem mais intensamente a pressão dos preços sobre itens essenciais

Nestes três meses de queda, o indicador recuou mais de 10 pontos -  (crédito:  Ed Alves/CB/DA.Press)
Nestes três meses de queda, o indicador recuou mais de 10 pontos - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pelo FGV Ibre, registrou nesta segunda-feira (24/2) uma nova queda em fevereiro, recuando 2,6 pontos e atingindo 83,6 — o menor nível desde agosto de 2022 (82,1 pontos). O indicador acumula mais de 10 pontos de retração nos últimos três meses, refletindo um cenário de maior pessimismo entre os consumidores.  

De acordo com a economista Anna Carolina Gouveia, do FGV Ibre, a queda na confiança está ligada à piora da inflação de alimentos, que compromete o poder de compra das famílias, e à elevação da taxa de juros, que impacta diretamente a situação financeira dos consumidores. O efeito negativo foi mais forte entre as famílias de menor renda, que sentem mais intensamente a pressão dos preços sobre itens essenciais.  

“Ao recuar pela terceira vez seguida, a confiança do consumidor acumula mais de 10 pontos de queda, sendo, em fevereiro, impulsionada apenas pela deterioração das expectativas futuras", explicou a economista da FGV

O resultado negativo foi puxado pelo Índice de Expectativas (IE), que caiu 4,3 pontos, chegando a 87,3. Já o Índice de Situação Atual (ISA) permaneceu estável em 79,4 pontos. Entre os indicadores específicos, a intenção de compra de bens duráveis apresentou a maior queda do mês, com recuo de 9,9 pontos, atingindo 75,2, menor nível desde agosto de 2022. Além disso, o indicador que mede a perspectiva sobre a situação financeira futura das famílias caiu 3 pontos, para 89,5.  

Por outro lado, houve leve avanço nos indicadores que avaliam a situação econômica local, tanto atual quanto futura, com altas de 0,9 e 0,3 ponto, respectivamente.  

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A piora na confiança do consumidor foi observada em todas as faixas de renda, sendo mais acentuada entre os consumidores que ganham até R$ 2,1 mil mensais. Esse grupo tem sido o mais afetado pelo aumento da inflação e pela alta dos juros, dificultando o planejamento financeiro e reduzindo o consumo.

  

Fernanda Strickland
postado em 24/02/2025 11:18
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