
Eventos simultâneos de calor extremo e seca podem causar efeitos colaterais em diversas áreas, da saúde à economia, segundo pesquisadores da Universidade de Zurique, na Suíça. Em um artigo publicado na revista Plos, os cientistas avaliaram a combinação de fenômenos como ondas de altas temperaturas, escassez de água e incêndios florestais na Europa, Austrália e África, ocorridos nos últimos 20 anos, e afirmam que, além de intensificar os esforços e os investimentos na adaptação a essa nova realidade, será necessária uma cooperação intersetorial e, cada vez mais, global.
Os pesquisadores analisaram oito eventos extremos de calor e seca nos três continentes. Além de examinar as consequências diretas e indiretas para diversos setores e sistemas, eles estudaram o impacto das respostas aos fenômenos. "As perdas financeiras, por exemplo, podem ser substanciais", diz Laura Niggli, primeira autora do estudo. Nos incêndios florestais australianos de 2019/2020, as perdas chegaram a aproximadamente 100 bilhões de dólares australianos, o que equivale a mais de 5% do PIB da Austrália.
Os pesquisadores argumentam que, no futuro, a avaliação de risco não deve apenas levar em conta as consequências de eventos extremos em setores individuais, mas deve considerar sistematicamente a interconexão. "Isso é especialmente importante, pois, provavelmente, veremos eventos extremos combinados sem precedentes com efeitos em cascata que excedem todos os casos históricos. Esses efeitos precisam ser cuidadosamente analisados para apoiar o planejamento de medidas adaptativas e reativas", diz o professor de geografia da universidade Christian Huggel, que liderou o estudo.
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