
Sabemos que o exercício físico é um grande aliado na prevenção do câncer. Só que a literatura médica aponta a prática como de grande importância também para ajudar no tratamento da doença. Durante o programa CB.Saúde — parceria do Correio Braziliense e TV Brasília — desta quinta-feira (5/6), Paulo Bergerot, oncologista da Oncoclínica e pesquisador, ressaltou isso às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte.
Segundo ele, vários estudos recentes mudaram bastante o entendimento e as referências, em termos de indicações, sobre a prática de exercícios dos pacientes após e até mesmo durante o tratamento oncológico.
Bergerot afirmou que a literatura médica está bastante bastante consolidada sobre a questão do exercício físico ser um fator importante na prevenção do câncer, porém, a questão da prática como um método terapêutico, combinado ao tratamento formal, vem crescendo de forma exponencial, principalmente nas últimas quatro décadas, tanto no número de publicações quanto no de investigadores.
O especialista disse que a maioria dos pacientes com câncer irão se beneficiar de um programa de exercícios adequado às suas possibilidades e realidades. “Até porque existem aqueles com doenças mais localizadas e de pequeno tamanho, que podem ser retiradas cirurgicamente, assim como temos casos mais avançados, com uma carga de sintomas mais densos. Então, quando falamos de um programa de exercício para essa população, é algo muito variável”, pontuou.
Ainda de acordo com o oncologista, é preciso não apenas sensibilizar, mas desenvolver a cultura do exercício físico dentro da oncologia. “É necessário que os profissionais se aprofundem nessas áreas, até mesmo se especializando, para que dê o e adequado aos pacientes”, avaliou. “Nos nossos estudos, fiz uma entrevista com mais de 450 médicos da América Latina e a taxa de prescrição de exercícios foi baixíssima, inferior a 10%”, alertou Bergerot.
O pesquisador disse ainda que os dados mais sólidos que existem, atualmente, são dos Estados Unidos (EUA). “Os médicos dos grandes centros de pesquisa têm essa preocupação maior de encaminhar e fazer a prescrição, comparado com os países europeus. Só que a taxa ainda é baixa. Temos um campo imenso para desenvolver, dentro dessa área”, observou.
Confira a entrevista completa: