SOCIEDADE

Redutos do samba na Asa Norte são proibidos de tocar música ao vivo

Os bares Baóbar e Pardim, na Asa Norte, e quiosque Jeito Carioca, no Cruzeiro, sofreram infrações relacionadas à poluição sonora

Baóbar, na 411 Norte, não pode mais ter as tradicionais rodas de samba nas noites de sexta e fim da tarde de domingo -  (crédito: Material cedido ao Correio)
Baóbar, na 411 Norte, não pode mais ter as tradicionais rodas de samba nas noites de sexta e fim da tarde de domingo - (crédito: Material cedido ao Correio)

Dois bares tradicionais da Asa Norte — o Baóbar, na 411, e Pardim, na 405 — tiveram os alvarás para música ao vivo cassados após nova fiscalização do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). A operação, que também multou o quiosque Jeito Carioca, na quadra 4 do Cruzeiro Velho, causou indignação entre artistas e frequentadores, que veem um movimento de repressão aos espaços culturais da cidade. 

Siga o canal do Correio no Whatsapp e receba as principais notícias do dia no seu celular

No caso do Baóbar, a medida atinge diretamente o projeto Samba Nosso, conhecido por promover rodas de abertas e apresentações semanais. Já o Bar Pardim, conhecido pela programação intimista de MPB e samba, está impedido de realizar eventos como a tradicional roda de sexta-feira com o grupo Nossa Vertente.

Em nota, o Instituto Brasília Ambiental informou que os estabelecimentos são reincidentes em infrações relativas à poluição sonora. O Baóbar, segundo o órgão, já recebeu sete autuações desde 2023, além de estar envolvido em um processo judicial que proibiu apresentações musicais no local. A operação realizada em 14 de maio resultou em nova multa, proibição de som mecânico — exibido por equipamentos como caixa de som e outros —, música ao vivo e apreensão de bens, conforme prevê a Lei Distrital nº 4.092/2008.

O Bar Pardim, de acordo com o Ibram, acumula autuações desde 2018 e foi advertido anteriormente sobre a necessidade de adequações acústicas. A multa recente foi fixada em aproximadamente R$ 5 mil.

Música brasiliense

Os responsáveis pelos estabelecimentos, no entanto, contestam e dizem que se trata de uma medida desproporcional. Ao Correio, o Baóbar afirmou seguir tentando oferecer lazer, cultura e alegria para Brasília. O Pardim, por sua vez, destacou o esforço em respeitar os limites legais de volume, encerrando as apresentações antes das 22h e monitorando os níveis sonoros. A equipe do boteco aponta que fatores naturais do público, como aplausos e conversas, podem elevar temporariamente os decibéis, dificultando o controle total do ambiente. 

Enquanto aguardam desdobramentos legais, os bares seguem impedidos de realizar eventos musicais ao vivo. 

postado em 23/05/2025 18:30
x