
Manter o calendário vacinal atualizado é essencial para a saúde, especialmente na terceira idade. Com o envelhecimento, o sistema imunológico a por um processo natural de enfraquecimento chamado imunossenescência, tornando os idosos mais vulneráveis a infecções graves. No Distrito Federal, o o às vacinas é garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que disponibiliza imunização gratuita em 176 salas de vacinação espalhadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Além disso, possui 18 vacinas disponíveis no calendário de rotina do Programa Nacional de Imunizações (PNI), incluindo doses contra gripe, pneumonia, tétano, difteria e covid-19.
Priscilla Mussi, geriatra e coordenadora de Geriatria do Hospital Santa Lúcia, explica que nessa fase da vida, aumenta, de modo geral, a incidência de doenças infectocontagiosas. "Com o avanço da idade, o corpo perde parte da capacidade de resposta imunológica, o que torna infecções como gripe, pneumonia e herpes-zóster mais perigosas. Garantir a imunização reforça esse sistema e diminui os riscos de agravamento caso o idoso entre em contato com algum agente infeccioso", explica a especialista.
O aposentado Wagner Rios Filho, 73 anos, morador de Sobradinho, segue essa recomendação à risca. A vacinação sempre foi prioridade para ele, desde a infância até a terceira idade. "Eu me lembro que era criança e minha mãe sempre levava a gente para vacinar. Nunca deixamos de tomar vacina. Quando adulto, a gente acaba não tomando tantas, mas quando veio a pandemia de covid-19, percebi a importância e tomei todas as doses", conta.
Ele reforça a necessidade de manter a vacinação em dia e defende a obrigatoriedade da imunização infantil. "Além de ser um compromisso individual, é coletivo também. A vacina é essencial à vida. As pessoas não têm o direito de não vacinar seus filhos. Se quando adulto decidir não se vacinar, é uma escolha pessoal, mas que não pode colocar em risco a saúde coletiva e contribuir para uma pandemia", afirma.
Infância
Se manter a imunização é fundamental na terceira idade, na infância ela é indispensável. O primeiro ano de vida de uma criança é marcado por um calendário intenso de vacinas, que ajudam a protegê-la de doenças como poliomielite, sarampo, meningite e coqueluche.
A motorista de aplicativo Thais Danyelle, 34, moradora do Recanto das Emas, é mãe de dois filhos — Bryan Moreira, de 10 anos, e Emilly Christine, de 15 —, além de ser avó da pequena Esther Moreira, de 1 ano e 3 meses. Para ela, manter a vacinação em dia é uma prioridade. "Sempre acompanho de perto o calendário vacinal das crianças. Algumas vezes falta alguma vacina na rede do SUS, mas logo chega. O importante é não deixar as doses atrasarem", conta. Para não perder prazos, Thais tem uma estratégia simples: memorizar as datas e idades das próximas imunizações, além de ficar de olho no cartão de vacina.
De acordo com o infectologista André Bon, do Exame Medicina Diagnóstica, a vacinação é essencial para evitar formas graves de doenças, principalmente entre crianças e idosos. "A principal função das vacinas, especialmente contra a influenza e a covid-19, é reduzir os casos graves e os óbitos. Essas faixas etárias são as mais vulneráveis, também para outras doenças como meningite e pneumonia, prevenidas pela vacina pneumocócica", explicou.
Para ele, é essencial que tanto na primeira fase da infância, na qual o número de vacinas é muito grande, quanto nos idosos, seja mantido o acompanhamento médico regular e que se evite perder as doses. "Durante as consultas periódicas na infância, os pais sempre devem levar cartão de vacinação da criança para que os médicos possam avaliar quais são as vacinas pendentes e as doses subsequentes que devem ser encaminhadas", afirmou.
Vacinas no calendário de vacinação do SUS e o que elas evitam
Idosos:
» Vacina Hepatite B (HB - recombinante): proteção contra hepatite B;
» Vacina Difteria e Tétano (dT): proteção contra difteria — infecção grave no nariz — e tétano;
» Vacina Febre Amarela (VFA - atenuada): proteção contra febre amarela;
» Vacina Difteria, Tétano, Pertussis (dTPA - acelular): proteção contra difteria, tétano e coqueluche — causada pela bactéria Bordetella pertussis;
» Covid 19.
Crianças:
» BCG: proteção contra as formas graves da tuberculose (meníngea e miliar);
» Hepatite B (recombinante): proteção contra hepatite B;
» Adsorvida Difteria, Tétano, pertussis, Hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada) - (Penta): proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B;
» Poliomielite 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP): proteção contra poliomielite;
» Pneumocócica 10-valente (Conjugada) - (Pneumo 10): proteção contra infecções invasivas (como meningite e pneumonia) e otite média médiaaguda, causadas pelos 10 sorotipos de Streptococus pneumoniae;
» Rotavírus humano G1P1 [8] (atenuada) - (VRH): proteção contra a diarreia por rotavírus (gastroenterites);
» Meningocócica C (conjugada) - (Meningo C): doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C;
» Covid-19: proteção contra as formas graves e complicações pela covid-19;
» Sarampo, caxumba, rubéola (Tríplice viral): sarampo, caxumba e rubéola;
» Tetraviral: proteção contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela;
» Varicela (monovalente) - (Varicela): protecção contra varicela — popularmente conhecida como catapora;
» HPV papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (HPV4 - recombinante): proteção contra papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18.
Como se vacinar no DF
Para receber qualquer dose do calendário de vacinação, basta procurar a UBS mais próxima e comparecer à sala de vacinas. Caso a pessoa tenha perdido o cartão de vacinação, a recomendação é tentar recuperar o histórico no local onde foi imunizada. Se não for possível, as vacinas serão istradas conforme a faixa etária e um novo cartão será emitido. A ausência da caderneta não impede a vacinação, mas o documento deve ser guardado com os demais documentos pessoais para comprovar a situação vacinal.
Manter a caderneta atualizada não é apenas uma responsabilidade individual, mas um ato de cuidado coletivo que protege toda a sociedade contra o ressurgimento de doenças preveníveis.
Fonte: Ministério da Saúde
*Estagiária sob a supervisão de Eduardo Pinho
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