
O carnaval é tempo de folia, festa, mas também de lucrar. O feriado tem reflexo positivo em diferentes segmentos da economia. E entre os que aproveitam para faturar neste período de festejos está o comércio ambulante. O Correio conversou ontem com trabalhadores desse segmento, que estavam muito satisfeitos, embora ainda não tivessem contabilizado a renda total do período.
Mauro Roberto Ribeiro, de 44 anos, é ambulante desde 1994 e viu o carnaval crescer na cidade. "Com certeza, hoje temos mais movimentação do que antes. Este ano está bem melhor do que o ano ado", avaliou o vendedor de bebidas, que está comercializando bebidas na área da Funarte.
Ele espera faturar pelo menos R$ 2 mil no carnaval 2025. Segundo ele, agora, quase cinco anos após a pandemia, é que o movimento está aumentando. "Trabalho em vários eventos, mas, no carnaval sempre vendo mais. Depois da quarentena deu uma diminuída na quantidade de pessoas, mas estou recuperando", celebrou.
No meio da multidão, Luana Raíssa, 29, equilibrava trabalho e diversão. Como ambulante, percorreu o bloco Tesourinha, na Torre de TV, oferecendo bebidas para matar a sede e e diminuir o calor. Segundo ela, a recepção do público foi ótima, com muitos preferindo os drinks mais leves, em vez da tradicional cerveja. "É mais refrescante e não pesa tanto no bolso", explicou.
Mesmo a serviço, Luana não abre mão de cair na folia. A ambulante lembra que o carnaval representa um momento de celebração e, no caso dela, uma importante oportunidade financeira. Trabalhando com drinks o ano inteiro, a festa é uma das épocas mais lucrativas. "Consigo fazer uma média de R$ 3 mil por dia", estimou.
Morador da Asa Sul, Thiago de Souza, 33 anos, é um dos que não perdem a chance de sair às ruas para garantir o sustento, sem deixar de desfrutar da festa. Como vendedor ambulante, ele circula pelos blocos de Brasília, oferecendo bebidas aos foliões. Neste ano, Thiago comemorou o movimento. "Cheguei faz pouco tempo e vendi cerca de 40 latinhas. Fiquei bem feliz", comentou. Ele espera fechar o carnaval com ganho de R$ 2 mil.
Para ele, o feriado é uma boa oportunidade de trabalho e, ao mesmo tempo, de diversão. "Dá para curtir também. Quando acaba a mercadoria, é hora de ir para a farra", brincou, mostrando que consegue equilibrar as duas coisas com maestria. Questionado sobre qual bloco mais gostou, Thiago não hesitou em elogiar o Aparelhinho e o DesMaiô.
Independência
Em meio à animação do bloco CarnaSarau, na Praça da Bíblia de Ceilândia, Rosivaldo Fortunato da Silva, 61, trabalhava em sua barraquinha de pipoca e batata frita. Há quatro anos, ele trocou o emprego formal pela independência de ter o próprio negócio e, desde então, mantém-se com as vendas em eventos e festas. "Para mim, é melhor assim. Estou ganhando mais e posso sustentar minha casa com mais tranquilidade", destaca, celebrando os resultados, que dobraram em relação ao que recebe semanalmente. "Vendi R$ 1 mil em dois dias. Nunca havia conseguido esse feito", comemorou.
A clientela é variada, mas Rosivaldo percebe uma demanda especial entre as crianças e os estudantes da região. "Vendo muito para os estudantes e em festas de aniversário. Quando me pedem encomenda, também faço, e assim vou seguindo", explicou. Com o desejo de expandir, Rosivaldo sonha em conseguir um ponto fixo maior. "Quero montar algo em um lugar com mais movimento, para vender mais coisas, como refrigerante e água", antecipou.
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Bruna Pauxis
Repórter de CidadesJornalista formada pela Universidade de Brasília. Trabalhou em redações, como no Congresso em Foco, e também em assessorias de órgãos governamentais.

Carlos Silva
RepórterFormado em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). É repórter na editoria de Cidades do Correio Braziliense. Tem interesse em jornalismo de dados e temas ligados à segurança pública.