LUTO

Morre Luiza Batista, presidente do CNTD, aos 69 anos

Luiza Batista foi uma das maiores líderes sindicais do movimento das trabalhadoras domésticas na história da América Latina

Luiza estava em tratamento contra um câncer -  (crédito: Fenatrad/Divulgação)
Luiza estava em tratamento contra um câncer - (crédito: Fenatrad/Divulgação)

O movimento sindical brasileiro perdeu um de seus expoentes. Morreu neste sábado (1º) Luiza Batista Pereira, presidente do Conselho Nacional dos Trabalhadores Domésticos (CNTD) e coordenadora-geral da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). Há anos, ela se tratava de um câncer.

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Em nota conjunta, a Fenatrad e a CNTD lamentaram a morte de uma das principais referências na luta pelos direitos dos trabalhadores domésticos no Brasil e no exterior. Segundo as entidades, Luiza Batista foi uma das maiores líderes sindicais do movimento das trabalhadoras domésticas na história da América Latina.

"A sua trajetória pelas trabalhadoras domésticas, mulheres e população negra é um grande exemplo para continuarmos trilhando este caminho que ela fez tão bem, defendendo com unhas e dentes os direitos da categoria das trabalhadoras domésticas. Ela sempre estava nas lutas e debates. Portanto, Luiza Batista, hoje e sempre, presente!", afirmou a presidenta de honra da Fenatrad", Creuza Oliveira.

Creuza Oliveira lembrou que Luiza Batista iniciou a trajetória no movimento sindical das trabalhadoras domésticas em 2006, tornando-se, em pouco tempo, uma das maiores lideranças da categoria da história do país.

O SOS Corpo Instituto Feminista também lamentou a morte. "Uma trabalhadora que atuou no presente de forma crítica e solidária para construir outro futuro para muitas de nós. Sua memória permanecerá em cada uma que sonhou junto com ela em outro mundo para as Trabalhadoras Domésticas", destacou a entidade nas redes sociais.

Biografia

Nascida em 1956 em São Lourenço da Mata (PE), Luiza Batista Pereira era a oitava e última filha de trabalhadores rurais. O pai trabalhava no corte de cana-de-açúcar. Aos 8 anos, a família mudou-se para Recife. Um ano mais tarde, aos 9 anos, foi levada por uma amiga da mãe para cuidar de uma criança de 5 anos. Segundo Luiza, ela não recebia salário, apenas comida, roupa e cestas básicas para a família.

Nos anos 1980, atuou na luta por moradia, no movimento que deu origem ao bairro do arinho, nos limites do Recife, Olinda e Paulista. No bairro, onde morou até perto do fim da vida, ajudou a fundar o Espaço Mulher, com a líder feminista Edicléa Santos.

Por meio do Projeto Trabalho Doméstico Cidadão, voltou a estudar em 2006. Nas aulas, conheceu diretoras do Sindidomésticas de Pernambuco, tornando-se presidenta da entidade várias vezes. Em 2011, organizou o 10º Congresso Nacional das Domésticas, na capital pernambucana. Em 2016, foi eleita presidenta da Fenatrad.

Agência Brasil
AB
postado em 02/03/2025 17:50
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