No Distrito Federal, por exemplo, os dados apresentados pela Secretaria de Saúde no último dia 8 apontam nove registros de mortes em casa devido ao coronavírus. “Não somente óbitos por covid-19 estão ocorrendo em casa, mas também há aumento do número de óbitos domiciliares no geral”, afirma a infectologista e integrante da Sociedade de Infectologia do DF Magali Meirelles. Ela também acredita que o medo pode ser um fator determinante para tais números.
“Nesse caso, é provável que parte deles tenha ocorrido em pacientes já diagnosticados, que tiveram piora respiratória súbita associada a comorbidades, e que não tenham tido tempo para procurar assistência. Mas parte da população está com receio de procurar os serviços de saúde devido à pandemia, tanto pelo alto volume de atendimentos quanto pelo risco de se contaminarem”, pondera.
Magali orienta que, apesar de a maioria dos casos da doença evoluir de forma benigna, é importante ter um acompanhamento médico e manter a vigilância quanto a sinais de alerta. Ela pontua que os quadros graves costumam ter uma evolução “bifásica”. “O paciente primeiro apresenta um quadro agudo de infecção viral, comum a todos os doentes, muitas vezes com sintomas de vias respiratórias superiores, dores no corpo, febre, fadiga, e até mesmo diarreia”, descreve.
Após esse primeiro momento, os pacientes que desenvolvem o quadro mais grave da doença têm outra sintomatologia. “Alguns desses pacientes apresentam queda da oxigenação do sangue antes mesmo de sentirem a falta de ar”, alerta.
* Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi